quinta-feira, 7 de agosto de 2014

.Olhar.

Um dia perdi-me nos teus olhos.
Fitavas-me, sorridente, e eu, inocente, perdi-me sem saber que me perdia.
Gostei de me perder.
Mas já não gosto mais.
Partiste, e continuo perdida.
Agora procuro-me em todos os olhos que encontro.
Mas é uma procura mecânica e vã, sem sabor e sentimento.
São agora outros os olhos que se perdem nos meus.
E eu, que perdida, não me apercebo que eles se perdem em mim.
E busco-te, e deixo-os, abandono-os perdidos, sem saber que o são.
E pergunto-me se quando me abandonaste foste sem o saber.

Ou se o sabias e, simplesmente, partiste com medo de te perderes também.

2 comentários:

  1. O texto é sublime. Estes dois parágrafos são definições das minhas questões, filosoficamente vividas.
    Adorei, adorei, adorei.
    Beijo alado, Rae.

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    1. Obrigada Rae. Não escrevia há algum tempo e é bom saber que continuas a "ler-me" :)

      Beijo

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